15 de março de 2013

Danie in the sky with diamonds...







Assim como todos os indivíduos as coisas que passamos influenciam diretamente nosso humor e bem estar e refletem o estado de espirito... Porém a mim, o que refletem é algo mais especifico. As musicas. (Não só a mim, acredito que tem uma porcentagem ai que tá comigo) Canções tristes me deixam alegre. Tudo bem, eu sei, eu sei que isso é uma contradição brutal, mas é a mais pura, crassa, hedionda verdade... Melodias tristes são verdadeiras, expressam sentimentos verdadeiros, enfim, para mim, a tristeza é algo sincero... Já a alegria não. A alegria é um estado momentâneo de euforia, por isso que amo canções tristes que moram dentro de mim eternamente, acho que talvez por isso que não gosto de carnaval. E nem de palhaços... Pode soar meio macabro, mas parece que eles escondem a melancolia dentro deles.

Sou bem seletiva quanto á musica, cresci ouvindo em casa na estação de rádio "Continental" especiais de Beatles, tenho dois documentários em casa, e meu pai tinha 3 LP's ou seja, mas voltando á rádio, de um exato horário até outro exato horário o radialista colocava pra rodar aleatoriamente os discos dos caras, pra grande felicidade do meu pai e do meu tio, que por essa época morava conosco, e todo santo dia dava tal horário, sentavam, tomando cafézinho, e ouviam. Ai eles se entre olhavam e diziam coisas paralelas como: "Essa é da minha época, eu fazia isso, usava isso, namorava fulana...." E ai assim sem querer fui influenciada inteligentemente a gostar de boa musica, eu pulava e dançava 'twist and shout' quando minha idade dava pra contar só com os dedinhos da mão direita. Achava um máximo aquela embalada singela e carismática que essa musica em especial tem (Apos, com conhecimento conclui que os Beatles em si são completamente embalados, singelos, e carismáticos, mas isso após claro) E aquele "Well shake it, shake it, shake it, baby noooooow" soava doce engraçado principalmente a parte em que o John começava antes do coro de Paul e George "Aaaaaaaaahhhhh! Yeah, shake it up baby now!  Pronto! Desenvolvia aquele grito que dá toda enfase e marca registrada na musica e assim era... Eu ficava super chateada ainda pois vulgo essa musica ( E como grande maioria) são canções curtas variam em 2/3 minutos e quando me dava por notar, já havia acabado. Saudades quando meus problemas eram justamente dessa intensidade. Risos.

Logo cresci, adolescência e derivados da idade e meu pai digamos que estava num momento mais "zen" emfim (Todo rocker sabe a hora de parar) Digamos que meu pai estava tipo George Harrison em seus últimos momentos, claro, só que a diferença é que meu pai não se converteu a o induísmo e nem ficou devoto a Krishna, como o George, porem apenas pausado de rock'n roll. E isso começou a se perder... Até eu entrar para os meus 15 anos e viver essa crise de identidade, e revolução e rebeldia...

Comecei a me interessar pelas coisas em geral, como o normal, acredito. E descobri novamente "OS REIS DO IÉ IÉ IÉ", e foi amor a segunda ouvida, risos*, depois de muito tempo pude sentir a liberdade e alegria de 'twist and shout' e de todas outras faixas dos garotos de Liverpool. As coisas começaram a fazer sentido, aquele "Gire e grite, vamos dance, tudo vai dar certo",  e que "O amor que você doa é o mesmo que você recebe" me flagrava cantando os versos de "Something", e que "Assim como você é ele, assim como você sou eu, nós estamos todos juntos" e se sucederam algumas decepções que consequentemente vinham lágrimas em "Yesterday", ai os caras jogaram para mim, a metáfora de que "Tudo que você precisa é amor, amor, amor..."  E ainda mais! E que um dia você encontra a pessoa em que você deposita todo o seu amor "All my loving / I will send to you" e aparece alguém que quer segurar sua mão, como em "I Want To Hold Your Hand",  e desperta seu lado "revolution" para as coisas que você não acha certo e tens de reivindicar e procrastinar no mundo. E da janela você vê  que "Here Comes The Sun" e de vez em outra aparece um "Blackbird" e quando anoitece olha pro céu e videia"Lucy in the sky with diamonds", num singelo desenho... Tem um campo de morangos! E claro, diante de A Hard Day's Night...  Help!!!!! I need somebody!


ATÉ QUE: Encontrei-me em inúmeras canções, mas foi Hey Jude que salvou minha vida e deu um sentido lírico a ela. De certa forma... Mas afirmo que não foi full time, Hey Jude foi o passaporte para minha paz e felicidade interior. Foi tipo um, EI GAROTA, AS COISAS NÃO SÃO COMO DEVERIAM SER, "Escolha uma música triste que a faça melhor" e versos como: "Você bem sabe que é um tolo / Que finge estar numa boa / Tornando seu mundo um pouco mais frio" Era como se a música tivesse se apossado de vez  em mim, me esmagando, cortando meu cérebro com uma lâmina afiada e fria, fazendo meus ossos tremerem, me senti Jude, se logo com as descobertas eu não soubesse que letra foi escrita em meados de 67 por Paul tendo em mente Julian Lennon, filho do eterno parceiro John que, aos cinco anos, sofria com a separação dos pais, e que para demonstrar apoio à mãe (Cyn) e a Julian é que McCartney um dia se deslocou dirigindo de casa em St John’s Wood até Weybriddge levando uma rosa vermelha e martelando no carro a melodia de Hey Jude....

No duro quando eu ouvi interpretei essa canção era como se Paul tivesse composto pra mim. A imagem clássica ainda perdura fresca em minha memória. Era um final de tarde como a de hoje, ou seja, cinza e melancólica, quando me encontrei com acordes arrebatadores de uma  triste canção por voz melíflua que eu identifiquei rapidamente no momento que era de Paul... Havia ouvido muitas e muitas vezes já, mas não daquela forma, com aquele raciocínio que me encontrava, a luz translúcida e tímida do crepúsculo rasgando, liricamente, a sala escura iluminada apenas pelas luzes clara e alaranjada do dial do entardecer em que a canção estava sintonizada e os versos, “Then you can start to make it better”, surgia no ambiente numa mística áurea de coincidência. E de que "PUTA QUE PAR***!"  Fiquei arrepiada! Desde então toda vez que eu ouso os sintomas são os mesmos.

E com o passar dos amanheceres, e até do astro-rei brilhar no começo dos dias, vivo junto com essa filosofia "Beatleo" dentro do meu coração, já tive momentos embalados com álbuns "Please, please me, With the Beatles, A hard day's night, Beatles for Sale, Help, e os momentos mais auto-biográficos, como Abbey Road, Let it be, os psicodélicos, como Yellow Submarine, Sgt. Pepper's  Lonely Hearts Club Band e o Magical Mystery, e hoje, vivo oscilando entre eles constantemente dia apos dia.
Emfim, uns dizem que Beatles é minha vida... Bem, é verdade! Tudo começou a fazer sentido por vulgo, minha vida é narrada sonoramente por uma pá de faixas que embalavam os anos 60.

Ah cara! Não adianta! As grandes coisas mesmo surgem da simplicidade....

12 de março de 2013

Improviso inspirado no artista amador.




Experimentando uma nova forma de escrever: No improviso.
 Ao som de Supersonic do Oasis.

Foi uma escolha completamente consciente minha de me cercar de pessoas com personalidades artísticas. Admito que achei que ia ser muito inspirador, que ia me incentivar a ser criativa, que ia me dar assunto para qualquer coisa que eu quisesse escrever. Achei errado. 

Quando eu conheci o Pedro, fui apresentada um menino com idade de adulto, bem humorado e observador de ângulos primorosos. Emfim esse mala é artista, fotografa, escreve, e pinta e fiquei sabendo que tem até uma banda (mas pra ser sincera, as atividades que ele tem mais talento é na fotografia e na escrita) falaram já que  eu tenho 17 Daniella's dentro de mim, bom, o Pedro tem uns 20, e eu me dou bem só com 6 deles. Odeio admitir mas meu pai tem razão, artistas são difíceis de lidar. A criatividade em excesso faz com que seja difícil de acompanhar sua linha de raciocínio, de imaginação, sim, não é real imaginar alguém surfando num copo com aguá ou falando que aparelhos ortodônticos são cercas elétricas. Sim pro Pedro isso é normal, e pra ele eu tenho uma cerca elétrica na boca, isso sem considerar e comentar as mais impulsivas idéias, que acabam me levando qualquer pessoa normal e paciente loucura (como por exemplo tirar fotos na praia mais popular do RS vestido de japonês com uma espada na mão na frente de um bando de veranistas). Sim! Ele fez isso... E tem gente que acha que é difícil conviver com os junkies e drug-addled, os alcoólatras inveterados, os fumantes compulsivos, os cafeine freaks e os suicidles.

A literatura diz indiretamente que viver com pessoas artísticas inspira, desafia diariamente, dá material pra escrever, salva do tédio diariamente, te obrigada a estar sempre explorando e abordando coisas novas... Pois essa é a unica exceção (Sabia que falar do Pedro não iria dar uma composição de um texto plausivelmente "bomzinho')
E com certeza nunca mais vou tentar improvisar ouvindo Oasis. 

Mr. Aurélio





20 horas e 46 minutos, quando acabei de escrever isso. 

Ouvindo Whatsername, tem algo mais inspirador que a voz do Billie Joe quando canta uma canção lentinha?! É, tem. Os Beatles.

Penso que esse noite será destinada ao desapego de papéis, que eu insisto em guardar. Desde
pequena, lembro-me de achar o máximo "colecionar papéis". Porque, em minha cabeça, estaria cercada de árvores que sofriam de tédio. Vai dizer, não concorda que elas cansam de ficar tantos anos em pé, paradas, e, num belo dia, resolvem aceitar a proposta de um homenzinho barulhento, decidido a fazê-las trabalhar?
Umas trabalham como móveis, estas são as solidárias... Oferecem ajuda quando alguém recebe alguma notícia ruim ou até mesmo, para as pessoas poderem sonhar com seus olhos fechados, podendo ir ao céu com diamantes ou viajar num submarino amarelo.  


Já, as minhas favoritas são aquelas que se dividem em vários pedacinhos brancos ou não, usados para uma criança escrever o seu próprio nome; Uma tímida dizer a um alguém que o ama; Lunático qualquer, com a ajuda de pincel, misturar cores opostas ou da mesma família.
Após colocar no lixo uma resolução errada de matemática, avistei que havia um dicionário ali. Árvores que eram amigas e resolveram ficar juntas. Assoprei a poeira e folhei-o. No mesmo momento, as memórias vieram a mim: A procura pelo melhor adesivo e o colar na primeira página, junto ao nome. Rir com meus coleguinhas, porque na página 457, tinha a palavra "merda",  nossa! Era um palavrão e tanto. O ato de procurar, com esperança, o meu nome nele. Pensar no quão inteligente foi a pessoa responsável pelo significado de todas aquelas coisas.
Só que, hoje em dia, não concordo tanto com suas definições, mas, nada contra aí Mr. Aurélio.

Gone is, gone is.





Bater na madeira. Uma, duas, três vezes.

Perambulando o ponteiro do mouse numa rede social qualquer, verifico uma postagem alheia dizendo "Eu nunca tenho chance [...]" Que enfase! 

Chances, todos nós temos chances. Sim! No plural... Mais de uma. Foi isso que meu tio disse certa vez, consigo quase lembrar das palavras. "Todo mundo tem sua chance, Dani". E aí me deu as costas. Ele bateu à porta e eu na madeira. Sabe o que mais todos nós temos? Sonhos. E quem acabe com esses sonhos, os cubra de dísel e ateie fogo. Lágrimas, nunca vi um ser humano que não as possuísse. Alguns fazem questão de mostrá-las em público, outros só choram sozinhos e sempre tem um ou outro (homem, quase sempre) que suprime sua existência. 
Existência, todos falam disso como se fosse a razão de tudo, não é? Lamento avisar que existir é sobrestimado demais. Todo mundo existe, e não precisa nem ser lá grandes coisas. Bactérias e fungos e vírus e átomos. Ele foi indo, e indo, e indo. "Chances, certo?! Todos tem!" Me fez sorrir.